Único é o nome dado, pelo dono, a minha maior escultura. um cavalo de madeira de 2 toneladas. |
Sou antes de mais nada, um fazedor de coisas. Nunca consegui me enquadrar no conceito de artista plástico, portanto desenvolvi meu próprio método, Experimentação. Sou um experimentador por natureza, gosto de conhecer materiais, ferramentas e possibilidades. Meus conceitos de estética nasceram em minha família, com a forma que minha mãe arrumava as coisas e pelo fato de meu pai fazer talhas em madeira quando chegava do trabalho.
Meus cadernos da escola eram todos povoados de desenhos, eu era sempre retirado de sala para compor cartazes de datas comemorativas. Apesar de nunca ter tido aulas de arte, a escola oferecia, aos sábados, acesso a algumas ferramentas e materiais, como couro, madeira, etc., e isso foi de extrema significância para mim. Eu esperava meu pai chegar do trabalho todas as noites para trabalhar em suas esculturas, até que um dia interferi numa de suas peças.
Não nasci em família abastada, o meu pai era um professor de inglês com 5 filhos para alimentar, mas sempre que possível comprava livros de arte e líamos juntos. Naquela época e quiçá ainda hoje, em muitas famílias, falar em ser artista era/ainda é, quase um tabu. Sendo assim fui cursar História na Universidade enquanto prestava serviços bancários. Insatisfeitíssimo com aquele tipo de trabalho, consegui uma sala no Centro de Artes, que transformei em ateliê, o qual mantive por alguns anos.
O serviço bancário não conseguiu me conter, desenhava o tempo todo, não podia ver um papel em branco. Paralelamente, pintava, esculpia, fazia quadros de resina de poliéster sobre madeira. Nos anos 80, era ativo no cinema e trabalhei em produções de curta e longa metragens. Nos anos 90 dirigi um curta e andei em diversas cidades, me estabelecendo em Fortaleza onde ainda atuei como cenotécnico em diversas produções e comecei a fazer arte com ferro, mais precisamente com o refugo de empresas e com o lixo da cidade. Reciclando e reusando materiais diversos, sobras e restos desenvolvi desde brinquedos populares, até esculturas, cadeiras, luminárias e móveis de escritório. Foi o preâmbulo da Oficina de Coisas.
Ainda andei por outras cidades, segui como andarilho, conhecendo as pessoas e as coisas, morei em casa de pescador, sem água potável nem energia elétrica, usei o mesmo calção por meses, dormi num pedaço de papelão, mas aprendi a enxergar material de trabalho onde não havia nada, usei velas de barcos pra confeccionar telas, pintei paredes, tetos, pedaços de madeira, construí cadeiras com restos de embarcações, colori casas de pescadores e ainda ensinei alguns a pintar. Fiquei conhecido como O Pintor.
Alguns anos depois voltei pra casa e estabeleci A Oficina de Coisas, o meu ateliê. Desde
então produzo muitas coisas, móveis, luminárias, esculturas, quadros, poesia, botelleros.
Tudo com material reciclado, sucata, lixo e ferro velho. Meu nome ficou conhecido quando desenvolvi um caranguejo gigante de ferro, conhecido como O Caranguejo da Rua da Aurora, uma obra considerada ícone da cidade do Recife, que foi comprada pela prefeitura e colocada num local de extrema visibilidade.
Tudo com material reciclado, sucata, lixo e ferro velho. Meu nome ficou conhecido quando desenvolvi um caranguejo gigante de ferro, conhecido como O Caranguejo da Rua da Aurora, uma obra considerada ícone da cidade do Recife, que foi comprada pela prefeitura e colocada num local de extrema visibilidade.
Caranguejo da Rua da Aurora - Recife/PE |
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